SOLIDÃO SEM SER SÓ

É tarde para lhe procurar;

foram perdulários os momentos

desta existência vazia.

Eis a solitude...

meu quarto coberto pela penumbra,

e meu interior, que antes parecia

um oásis festivo,

forma-se um paradoxo do que existiu.

O azul, já não existe,

o branco do seu sorriso,

confunde-se com o negro da solidão.

E eu voltei a ser triste;

e já é tarde, bem tarde,

para fugir desta saudade,

da lembrança dos seus olhos.

Ah Deus!... Como sou feliz,

preso à esta solidão, à penumbra do quarto vazio,

sentindo seu corpo esguio

perscrutando meu interior,

fazendo de nós dois, uma só vida, um só amor.