E tornou-se vazio o coração
Abandonado às pressas durante a batalha
Fora saqueado pelo desilusão
E a derradeira gota de sangue, talha
Entre escombros e tralhas
Só um velho retrato permanecera intacto
E o fato é que tudo ardia em chamas
E consumia o sentimento em labaredas
Nas estradas somente poeira e lágrimas
Onde estava a beleza das alamedas?
Os becos sujos ecoavam mágoas
As paredes nuas que quedavam em ruínas
Pediam para serem poupadas da devastação
As águas dos rios, outrora límpidas e cristalinas
Turvaram-se com as cores mórbidas da decepção
Enquanto a saudade zombava e ria feito louco
Daquele pobre ser em decomposição
Restara por fim um alquebrado coração oco
Cuja culpa maior foi entregar-se sem dimensão
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"Um coração seco e sem vida é como um beco sem saída"
                                                                   (Edil Franci)