SAUDADE DE TI

                         à minha mãe, in memoriam


Saudade de ti
quando cai a noite
e raios e trovões lunáticos 
rompem os  portais de minha alma.
Enigmas, correntes, chamas.
A natureza movimenta-se
num mapeamento de lembranças
dentro do corpo inútil da minha fé.
E esta saudade é uma porta etérea
para a imensidão.

Tenho nos olhos todas as nuvens
que caem sobre a terra,
todos os círios que já se acenderam
toda as flores que já morreram
por essa imensa saudade de ti.

Continua florescendo em mim
esse perfume raro que permeia os céus
nos fins de tarde
quando me queimam as sombras do ocaso
e os fantasmas das estrelas dormidas.
Sou então alma errante,
sobrevivente,
pedinte a um deus
para que me resguarde a alma
no humilde  nicho da confiança,
do reencontro dos olhos nos olhos.
Ah!... felicidade eterna!
...nada mais.





(Direitos autorais reservados)
Foto: flowersofhappiness (pesquisada no Google)


Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 12/03/2009
Reeditado em 20/05/2010
Código do texto: T1483406
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