O FIO DE OURO

O fio de ouro reluzente

No travesseiro esquecido,

Tenho-o comigo escondido

No medalhão, teu presente.

Sinto nos dedos a fineza,

E veludo me parece

O fio que não embranquece

Conservando a primitiva beleza.

Exala dele docemente

Perfumes desconhecidos,

Embriagando-me os sentidos

Lembrando-me que estás ausente.

Fico com minhas conjecturas:

Qual será hoje tua aparência,

E se não te pesa na consciência

Enganar com eternas juras.

11/03/09.