ESPERA ANTIGA

Saudade que minha vida castiga
dor que muitas vezes exagera,
faz-me sofrer e nunca emigra
faz aniversário na primavera.

Minha alma sem defeza á abriga
não sei por que não a isonera,
e o motivo, nunca investiga
acho que se alimenta dessa espera.

E muito certo que ainda prossiga
quanto mais tempo, mais acelera,
quando ao antigo amor me religa
sinto-me atirado na atmosfera.

Aquela ausência já tão antiga
levou as esperanças que tivera,
aos poucos vai me cedendo a viga
vou indo pro fundo da cratera.

Saudade, minha grande inimiga
habitante contínua dessa tapera,
vá embora, sem nenhuma briga
perdi tudo que um dia quisera.

Pacere o som de uma triste cantiga
já que dessa dor não regenera,
por que não se torna minha amiga
me libertando dessa esfera?
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 05/03/2009
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