SE EU SOUBESSE(Saudade trocada) POEMA N. 73)
(Sócrates Di Lima)
Se eu soubesse que doía tanto a saudade,
Eu revestiria o meu coração de papel alumínio,
E o colocaria no forno da minha mocidade,
E lá a deixaria sem conhecer o seu domínio.
A saudade por mais deliciosa que venha ser,
É fogo que queima sem arder.,
E tudo aquilo que faz a gente saber.,
Que a saudade também faz um corpo sofrer.
Se eu soubesse que a saudade doía tanto,
Atava-me aos seus sonhos sem jamais me soltar.,
Prender-me-ia em algemas a todos os cantos,
E não haveria “hábeas corpus” que iria me soltar.
Mas a saudade não se prende, nem se esquarteja,
E se quisesse matá-la, ressuscitaria a cada separação.,
Sem que o meu próprio olho vigie e a veja,
Ela voltaria a abalar todo um romântico coração.
Se eu soubesse o quanto a saudade sufoca,
Eu faria imediatamente uma troca.,
Soltaria o nó dessa corda que me enforca,
E fugiria me escondendo no coração, onde é sua toca.
Eu trocaria a solidão impregnado de saudade,
Por um par de olhos azuis que de onde está, não me vê,
Basilissa, seria a minha maior felicidade.,
Trocar esta minha saudade por você.