POEMA DA AUSÊNCIA








A televisão ligada

no canal aberto

e o que ouço?

o som de João Gilberto!

um copo d’água para

matar a sede

o quadro de Chaplin

na imensa parede

não escuto tua respiração

aqui no meu leito

uma voz dorida aqui no peito

e não é que lá pelas desoras

o telefone toca

- será algo precioso?

- não!, é engano.

nenhuma imagem – miragem

suplico ao tempo e aos meus

nervos que ainda restam

mas eles vivem em sobressaltos

um calor exagerado me pede carona

acostumei-me com o vagar do tempo

e nunca com tua ausência

fico aqui fantasiando-te nas páginas

do livro!
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 24/02/2009
Reeditado em 24/02/2009
Código do texto: T1454741
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