Doce Carrasca
Ah, dúvida cruel que me sufoca!
Não sabes o quanto padeço em tuas mãos,
Porque provocas tanto ao meu amado,
Deixando um rastro de dores pelo chão?
Que fiz eu, para açoitar-me, impiedosa,
Qual chicote com mil pontas afiadas?
Tu sabes tudo aquilo que me vai n’alma
E insistes em prolongares as minhas dores.
Sou eu o objeto de tua vingança?
É a mim quem queres atingires?
Não vês o quanto sofre o meu amado,
Quando em mim não o permites poder crer?
Me arranje outro castigo, doce carrasca,
Onde apenas a mim possas atingirdes.
Se queres a minha vida, é só pedires,
Mas, livrai o meu amado dessas dores.
Quem pede é uma mulher apaixonada,
Capaz de dar a vida pela dele,
Imploro-te, de joelhos, humildemente,
Não deixes mais o meu grande amor sofrer!
Já não te basta ter sido Iago uma vez?
Precisas de outro Otelo pra nutrir-te?
Pois vou dizer-te apenas uma vez,
Desdêmona ficou em outros tempos
E é comigo que estás a duelares...
Portanto, lutarei, até a morte!
Mas não permitirei que nos destruas.
Se acaso eu mereço algum castigo,
Já não sois vós quem me vais castigardes,
E, tampouco, castigardes meu amado!
Ele nada tem com os erros de outrora,
Acaso achais justo a ele condenares,
Mantendo-o refém de um receio infundado?
Não concebo que sejais tão ardilosa,
A ponto de fazerdes sofrer quem não o merece!
Sejais piedosa, oh, doce carrasca!
Deixai que o amor seja eterno e duradouro.
Pois ele é nascido do mais profundo do meu ser,
E trouxe consigo o perdão redentor!
Não tentes macular tão nobre sentimento,
Plantando entre nós a semente do ciúme.
Gerando uma dúvida que em nada procede
Apenas para poderdes meu pranto semear!
Sabes que sofro, por mim e mais por ele,
Pois somos como um só, e o trago comigo,
Não mates o amor que nos une e completa,
Pois assim somos felizes e Deus nos abençoou.
Ah, doce carrasca, o que mais queres tu?
Não devo mais nada, já fui redimida!
Te afastes de mim, não voltes jamais,
Porque o meu amor a tudo sobrevive.
(30/09/2002)
Ah, dúvida cruel que me sufoca!
Não sabes o quanto padeço em tuas mãos,
Porque provocas tanto ao meu amado,
Deixando um rastro de dores pelo chão?
Que fiz eu, para açoitar-me, impiedosa,
Qual chicote com mil pontas afiadas?
Tu sabes tudo aquilo que me vai n’alma
E insistes em prolongares as minhas dores.
Sou eu o objeto de tua vingança?
É a mim quem queres atingires?
Não vês o quanto sofre o meu amado,
Quando em mim não o permites poder crer?
Me arranje outro castigo, doce carrasca,
Onde apenas a mim possas atingirdes.
Se queres a minha vida, é só pedires,
Mas, livrai o meu amado dessas dores.
Quem pede é uma mulher apaixonada,
Capaz de dar a vida pela dele,
Imploro-te, de joelhos, humildemente,
Não deixes mais o meu grande amor sofrer!
Já não te basta ter sido Iago uma vez?
Precisas de outro Otelo pra nutrir-te?
Pois vou dizer-te apenas uma vez,
Desdêmona ficou em outros tempos
E é comigo que estás a duelares...
Portanto, lutarei, até a morte!
Mas não permitirei que nos destruas.
Se acaso eu mereço algum castigo,
Já não sois vós quem me vais castigardes,
E, tampouco, castigardes meu amado!
Ele nada tem com os erros de outrora,
Acaso achais justo a ele condenares,
Mantendo-o refém de um receio infundado?
Não concebo que sejais tão ardilosa,
A ponto de fazerdes sofrer quem não o merece!
Sejais piedosa, oh, doce carrasca!
Deixai que o amor seja eterno e duradouro.
Pois ele é nascido do mais profundo do meu ser,
E trouxe consigo o perdão redentor!
Não tentes macular tão nobre sentimento,
Plantando entre nós a semente do ciúme.
Gerando uma dúvida que em nada procede
Apenas para poderdes meu pranto semear!
Sabes que sofro, por mim e mais por ele,
Pois somos como um só, e o trago comigo,
Não mates o amor que nos une e completa,
Pois assim somos felizes e Deus nos abençoou.
Ah, doce carrasca, o que mais queres tu?
Não devo mais nada, já fui redimida!
Te afastes de mim, não voltes jamais,
Porque o meu amor a tudo sobrevive.
(30/09/2002)