Bem maior de grande
Aqui e acolá, bem me quer, mal me quer... Só se minha mãe deixar!
E estas coisas esquisitas que não vamos dar nomes, os pronomes estranhos gravados na memória,
A brincadeira que eu mais gosto você não quer, aquele tempo negro, nuvens barrocas de saudade pairando no céu... Pula um, pula dois, não queime no meu jogo, não lave o ontem do seu rosto.
Conta até dez no muro, mas não me deixe esperar mais uma vida pra sonharmos juntos, passa anel pra todas as meninas de saia rodada e fita comprida. E na roda bem querida nosso compasso era uma quase ginga de timidez em promessa de ter que ser pra sempre. Uns cumpriram, outros não, mas o coração protegendo nossos nomes, um carvalho centenário guarda. “Depois do bolo a gente pode lamber a calda”.
Todo mundo se escondeu, e tinha mais um monte de brincadeiras lá fora, o Pedro se perdeu, o Pedro de Pedra, a inocência de poucos segundos, a última voz ao longe, um último pedido de algodão bem docinho, aquele carinho do desenho da escola, o teu retorno brincando de roda... Adoleta, adoletá, lê-pe-ti, pe-ti-po-lá!
No pega-pega desenfreado o fôlego é quem domina. Um pulo bem alto pra destruir a distância, Um lugar bem mágico pra eu querer de volta a infância... E voltar de brincadeirinha, onde tudo era mentirinha, onde a bala tinha mais sabor. Realizar só na saudade, do pai, do irmão mais velho, do avô, nas estradas varridas, aos depois: numas escadas caídas, não tira a nostalgia dos teus dedos.
Quem és tu?
O que faço aqui?
Amigos imaginários podem ser de verdade.
Mas amigos que a gente ama tem que ser pra eternidade.
Se esconde embaixo da cama, só cuidado com o bicho papão.
Se ficar com medo, pode apertar bem forte a minha mão.
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Ganha logo o ar as cores mais saudáveis... Não tô mais de mal contigo!
Sim salabim, conta até cem e vem me procurar... Acha o tudo no nada. “Lê café com chocolá”.
“O estope... Garrafão, polícia e ladrão, essa boneca é minha!
E de uma coisa sem tamanho nasceu amor... “Era uma casa muito engraçada... Lá vem o pato, pata qui, pata-co-lá”.
E toda, toda vida... Nessa ruazinha, na praça do coreto, ou no quintal de morango, com uma flor vou te esperar.
Douglas Tedesco – 13.02.2009