Poemas perdidos

Mal aprendi a escrever

comecei a rabiscar

pensamentos e a sorver

um mundo a despontar.

Em pedaços de papel…

Qualquer coisa me servia.

Comandava o meu batel,

com a força da alquimia.

Dava azo à utopia,

qual quimera afortunada,

fazia a apologia

da partilha abençoada.

Rimas vindas cá de dentro

feitas para as minhas divas,

no meu próprio epicentro,

conjugações positivas.

Imaginava canções,

inventando sóis e mares,

repartia emoções

com formas peculiares.

Quem me dera reaver

os poemas que perdi,

gostava de poder ler

coisas velhas que escrevi.

Por vezes deitamos fora

pedaços da nossa vida,

conteúdos que agora

não têm volta, só ida.

Gaspar Silva
Enviado por Gaspar Silva em 06/02/2009
Reeditado em 07/03/2009
Código do texto: T1424458