AURORAS

AURORAS

Um tímido sol avança

Pela janela do dia

E uma dolente melodia

Fala-me de lembranças.

Diz que a saudade é rancor

Que dores são os efeitos

Dos atos e preconceitos

Vividos em desamor.

Mas por que na aurora

Vem-me a melancolia?

Por que arruinar meu dia

Uma canção de outrora?

Sem ouvir o estribilho

Vago no verso primeiro

Onde me encontro inteiro

Que canto e nele me ilho.

Não me encanta o arrebol

Nem essa música ouvir

Era n’aura morta do sol

Que ela vinha me iludir.

Lembra a sorte furtiva

Que ela me prometia

Mas, sentindo-se cativa,

Pelas auroras fugia.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 04/02/2009
Código do texto: T1422225