ATO FINAL
I
Não tenho o coração cheio de amor
neste instante. Também pudera,
fazem meses, não leio, só dor...
Muito trabalho. Uma loucura só e quisera
poder amar - sem pensar -
em coisas outras pra o amor tentar.
II
Resolvi por agora escrever
pra quem quizer me ouvir
quem sabe: pra você com seus olhos me ver,
me entender... Haverá de convir
que a música é o amor que te dou
naquilo que ficou, que desmanchou.
III
Saudades de um tempo...
De um tempo que nem mesmo sei
que tempo é este, se é que existe um tempo
para o que ficou pra trás; cansei
por coisas, saudades, lugares,
pessoas, por coisas vulgares.
IV
Quando se pára e pensa no justificado
pergunto: qual a maldade que existe
se nasci para amar ? Talvez o recado
não esteja adequado pra mim que persiste
em pensar que amar é este espanto
que penso cometer para tanto.
V
Amar é tão sutil quanto o desejo,
porque assim pensando,
não haverá de ter furor neste ensejo.
Quisera poder amar acalentando
o doce amor do tempo ingrato
passado todo airoso momento grato.
Do escrevedor de versos: tabayara sol e sul