NESTA CHUVOSA TARDE (Poema n.49)
(Sócrates Di Lima)
Basilissa, numa tarde qualquer eu a encontrei
Um olhar incandescido
Carregado de um sorriso que amei,
Fez-me desejar-lhe o amor prometido.
Ah! A distância que nos exila,
O corpo e o coração,
Faz nascer algo que exala,:
Perfumes de sedução.
E nessa distância meus olhos,
Buscam os seus com volúpia e tesão.,
Desejos que não explico, acolhos,
Nem quero explicação.
Vem você de algum lugar, eu sei,
Trouxe-me carinhos que eu amei
Melhor seria estar aqui, é, balancei!
A cada momento que a desejei
Sabe você, muito pouco de mim,
Tão pouco sei de mais de si.,
Mas o que importa, se a vida é assim,
Deus me presenteou na hora em que a conheci.
Há encantos, doces encantos,
Que fizeram sutis devaneios.,
Tive vontade de pegar-la pelos cantos,
Levar-la á loucura pelos seus anseios.
E o seu olhar me acolheu,
Não se importou o jeito que sou.,
Sem nenhuma dúvida me chamou de seu,
E eu amei, aos céus esse olhar me levou.
Mas, depois disso, o silêncio me ensurdeceu,
Tomou-me de súbito e me trouxe ansiedades.,
Fez-me solitário e o meu coração padeceu,
Fez-me triste, trouxe-me intermináveis saudades.
E o que me importa essa saudade atordoante,
Se eu sei que me cativou de verdade.,
E eu amei essa dádiva que do céu me foi gratificante,
Em trazer-la para mim, deste recanto, nesta chuvosa tarde.