Quase sem querer...

Mãe

Quando fecharam

a porta do teu túmulo

Ecoou pelo cemitério

um dórido soluço

a segurar meu choro

E deixei-te óh mãe

Saí do campo santo

feito uma alma torta

Sem saber o que fazer

Como seria, viver a vida

com você morta

Mas mãe

Vieram outros fatos

Algumas alegrias

novas dores e lamentos

E a dor por ti então

aconchegou-se

num cantinho confortável

do meu coração

Hoje mãe

Essa dor em mim habita

Mas é suave, dócil

Feito à mãe que eu tive

Ela se faz presente

o suficiente para lembrar-me

que está comigo

Como está comigo

a tua perpétua lembrança

Lembrança

que impulsiona minha vida

Saudosa mãe querida.

Bhall Marcos
Enviado por Bhall Marcos em 29/01/2009
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