AONDE ANDA?
Por onde será que andeja
Teu coração ambulante
Em qual peito rasteja
Implorando ser amante?
Tal qual o meu, perdulário,
Que a tantos perdões se deu
Ainda hoje, arrendatário,
Hospeda saudades do teu.
Entra batendo bem fundo
Posto que é certo aceitar
Rasteja e vagabundo
Vai para outro morar.
Bate de peito em peito
Sempre morando alugado
E sob um contrato malfeito
Nega o que havia acordado.
Então para que saber
Onde palpita o malvado?
Se novamente bater
Sei que será perdoado!
Ah – estes velhos amores
E suas cruéis lambanças!
Extraem saudades das dores
Das cicatrizes, lembranças.