AONDE ANDA?

Por onde será que andeja

Teu coração ambulante

Em qual peito rasteja

Implorando ser amante?

Tal qual o meu, perdulário,

Que a tantos perdões se deu

Ainda hoje, arrendatário,

Hospeda saudades do teu.

Entra batendo bem fundo

Posto que é certo aceitar

Rasteja e vagabundo

Vai para outro morar.

Bate de peito em peito

Sempre morando alugado

E sob um contrato malfeito

Nega o que havia acordado.

Então para que saber

Onde palpita o malvado?

Se novamente bater

Sei que será perdoado!

Ah – estes velhos amores

E suas cruéis lambanças!

Extraem saudades das dores

Das cicatrizes, lembranças.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 23/01/2009
Reeditado em 23/01/2009
Código do texto: T1400609