Silêncio
SILÊNCIO
Um livro caído entre almofadas vermelhas
Uma taça esquecida no chão
E um olhar perdido no tempo
São imagens que espelha
A fuga da razão
Num silêncio que corta o infinito.
As palavras emudeceram
Os ecos derradeiros se perderam
Sem deixar um vestígio sequer...
Lágrimas copiosas devagar deslizam
Gozando a liberdade encontrada
Na face imóvel, isenta de expressão.
Passos se afastaram na escuridão
Sem ruído
embarcaram na estrada
Foi o adeus!
Logo far-se-á alvorada
Beija-flores buscarão a jardineira da janela
Ignorando o labirinto de paralelas
Onde o silêncio caminha resoluto.
Nesse mar de emoções perdidas
O amor não quer mais amar
A vida não quer mais viver
A volta não quer mais ida
Nem o sofrimento sofrer...
Restou a pálida lembrança
De uma gargalhada sonora
Festejando a ilusória esperança
Onde no tempo e no espaço
Unidos num abraço
Foram felizes outrora.
Norma Bárbara