Silêncio

SILÊNCIO

Um livro caído entre almofadas vermelhas

Uma taça esquecida no chão

E um olhar perdido no tempo

São imagens que espelha

A fuga da razão

Num silêncio que corta o infinito.

As palavras emudeceram

Os ecos derradeiros se perderam

Sem deixar um vestígio sequer...

Lágrimas copiosas devagar deslizam

Gozando a liberdade encontrada

Na face imóvel, isenta de expressão.

Passos se afastaram na escuridão

Sem ruído

embarcaram na estrada

Foi o adeus!

Logo far-se-á alvorada

Beija-flores buscarão a jardineira da janela

Ignorando o labirinto de paralelas

Onde o silêncio caminha resoluto.

Nesse mar de emoções perdidas

O amor não quer mais amar

A vida não quer mais viver

A volta não quer mais ida

Nem o sofrimento sofrer...

Restou a pálida lembrança

De uma gargalhada sonora

Festejando a ilusória esperança

Onde no tempo e no espaço

Unidos num abraço

Foram felizes outrora.

Norma Bárbara

Norma Bárbara
Enviado por Norma Bárbara em 20/01/2009
Código do texto: T1394824
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