SAUDADE

SAUDADE

No limiar

de uma saudade vindoura,

que antecede sempre,

antes das nossas despedidas,

meio desesperada

olho-te nos olhos,

com minhas mãos, tão nuas,

balbucio, medrosa e triste:

Vou sentir saudades tuas...

No ardente querer,

dos espaços vazios de amor,

só de esperanças preencher,

procuras palavras fatais,

não uma frase à toa,

para este medo de dor,

depressa de mim se afastar.

E, confiante, me dizes:

Transforma tudo! transforma,

esta saudade numa coisa boa!...

Passo a passo

eu vejo-te afastar.

E pouco a pouco,

o calor dos teus afagos

dissiparem-se do meu ser,

e transformar num inverno

de saudades, o seu lugar...

Essa ausência louca e infinda,

querendo meu peito torturar,

Faz-me ver a tua imagem,

como um ponto luminoso

diante do meu olhar,

a despertar ternuras

jamais esquecidas,

e nas lembranças

de tantas coisas boas,

fazer tudo mudar!...

Iraí Verdan
Enviado por Iraí Verdan em 18/01/2009
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