Pela primeira vez, saudade.
Esse texto é dedicado à alguém em especial, mas não citarei nomes, por pura proteção.
'Pela primeira vez, saudade.'
São as mãos, as mãos do tempo,
E seus dedos compridos, frios, inevitáveis.
Que se fecham devagar sobre meu peito
Meu peito tão jovem, em desalento.
E pela primeira vez senti saudades.
De mente aberta encarei.
Com esperanças encarei.
Com entusiasmo encarei,
E até pensei que pudesse suportar.
Mas são as mãos... Ah...! As mãos!
As mãos do tempo!
Demoradas, sedutoras, implacáveis.
Que apertam meu coração combalido
E a dor que percorre meu corpo,
De minhas mãos tão vagas ao meu pensamento morto,
Consolida-se e escorre por estes olhos entristecidos.
Malditas, malvadas... Apertando até que não sobre
Sentimento sobre sentimento,
Migalha sobre migalha,
Nem uma mísera parte de meu desmantelado
Peito e coração.
Tão jovem!
Mas as mãos... Ah, as mãos!
E seus dedos compridos, frios, inevitáveis.
Se fecham, apertam, esmagam...
E pela primeira vez senti saudades.
Pela primeira vez: paixão.