PRETO VELHO

Algo me faltava e eu procurava

No passado, presente e futuro;

E não conseguia encontrar,

Nem ao menos me guiar,

Pois me era tudo tão escuro.

Comecei a recordar...

O preto velho e sua terna história,

Aí me veio na memória,

O que ele queria dizer.

Que o tempo se encarregava,

E em minha frente colocava,

A razão do meu viver.

Toda essa ansiedade,

Que eu nem sabia a razão,

Era apenas porque nasceria,

Alguém que me amaria,

Enchendo o meu coração.

Quando essas almas gêmeas se encontram,

Sob a proteção das Três Marias,

Aí não sabemos mais,

Quando é noite, quando é dia.

Nos amamos com loucura,

Torcemos para tudo parar.

Se se aproxima o momento

Nos olhamos com doçura

Com receio de chorar.

Aí os poros se dilatam,

E o nosso calor se mistura,

Passamos a pensar em harmonia,

Como uma só criatura.

Amamos como ninguém é amado,

E descontamos com juros,

Tudo o que nos foi negado.

Otaviano de Carvalho
Enviado por Otaviano de Carvalho em 15/01/2009
Código do texto: T1385354
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