MEMÓRIAS DA SAUDADE
MEMÓRIAS DA SAUDADE
Filtrando as imagens retidas
Na esquina de pacata avenida
Flui de graciosa praça
Esculpida por mistérios indeléveis
As marcas que a eternidade abraça
A areia branca tal qual espuma
Circunda e preenche morosa o vazio
Espalhando-se como espessa bruma
Amortecendo os ruídos de quem passa...
São imagens diversas
Algumas nítidas, impecáveis.
Outras tantas enevoadas
Onde corpo e alma tomam forma
Nas mãos de um pintor qualquer
Que ágil dá vida ao imaginário
Através de traços simples
Que tudo transforma...
Olhares curiosos observam atônitos
A tela exposta da inacabada conquista
Onde o pincel vê a obra do artista
Vencida pelos tesouros em evidência
Das imagens que só têm consistência
Na memória vigente da saudade
NORMA BÁRBARA