A voz penetra no espaço e os lábios murmuram silêncio, na saudade,
um pedaço de mim solta-se, tenta procurar o amanha chegar...
De asas fechadas, olhar vago, um coração fugido num corpo escondido,
vagueio no infinito...
O ontem não esquece e no silêncio permanece...
Gritei calada com voz afiada, lisa fiquei,
num branco palpável,
desconectada numa alma despenada à espera do nada...
Na lua, no brilho da noite, o meu tudo ficou...
Entreguei...
Contigo vibrei, o mais lindo dos sentimentos...
Envolvemos o amanhecer com o anoitecer, e o inevitável,
o amor numa estrela se fez nascer...
A magia desfragmentou, e comigo viajou, ao céu chegou,
os anjos se juntaram e o meu coração molharam...
Uma chuva permanente, já alguem tinha dito, como num grito:
Um ano com muita água vai ser!
Os anjos choram lágrimas, deslizam no ventre,
pronta a semente,
espera o nascer de um novo dia,
paciente...