AS SERENATAS
Oh! Janela em flor.
Que sempre se abria.
Depois de uma linda canção.
Interrompendo os sonos.
Nas sonatas das insônias.
Naqueles acordes sem hora.
Com ares de romantismo.
Nas noites cálidas.
Pela arte do amor!
E quando a janela se abria.
Aparecia um sorriso pálido.
Um semblante sonolento.
E o seresteiro se alegrava.
Cantava os amores que tinha.
Na letra da melodia.
Até amanhecer o dia.
Dando vasão à realidade.
Que transbordava felicidade.
Assim eram as vozes da madrugada.
Que desagradavam alguns.
Mas que encantavam os ouvidos.
Daqueles que não tinham dormido.
Oh! música suave.
Que hoje bate na saudade.
Como o sopro do vento
Num breve despertar.
Como era bom acordar!
Paixão de outrora.
Que vibra agora.
Nesta noite calma.
Na voz de Altemar Dutra.
Como um sabor de fruta.
Que torna suave a saudade.
Das abreviadas noites.
Que eram pequenas.
Ante aos olhos
Daquela morena!
Nas sonatas ou no violão.
A vozes estremeciam as noites.
O cancioneiro sussurava o amor.
Cantava como galo carijó.
Nas madrugadas do desejo.
E como num lampejo.
Buscava inspiração.
Para falar de amor.
Dizendo sobre o coração!
Hoje são lembranças.
Que ficaram no tempo.
Mas que não desapareceram.
Porque ficaram impregnadas.
Como uma mancha de cinzas.
Depois do fogo do amor.
Que se apagou como paixão.
Mas permanece como emoção.
Nos cantos de nosso coração!