De volta
Viajei de volta ao passado,
E não foi, deveras, um acaso,
Mas um caso de caso pensado,
Por tudo que lá jazia.
Levei, na bagagem, olhar assustado,
Perguntas com respostas vazias,
Tantas incógnitas, tantas!
Mas enfrentá-las, eu deveria...
Tempo, em inércia, em minha vida,
Vendado num carmim que reluzia,
Quão frágil e tola eu era!
Certa que o mundo, em mim, cabia.
De volta ao presente que nada merece
Nem verso, soneto ou poesia
Meu futuro, nem nobre me parece...
Muito me sobra covardia.
Viagem sem graça esta
Nada salvei, mas tanto eu queria!
Não consegui trazer, comigo,
Nem o carmim que reluzia!