Poeminha à menina que existiu em mim
Querida menina,
Há quanto tempo não te vejo
Saltitante pelo quintal
A colher acerolas e percevejos
Querida menina,
Que não ouço mais cantar
Deitada sob o lençol de estrelas
Que eram saltimbancos a festejar
Sapeca menina,
Que tanto corria pelas ruas do meu passado
Ganhando tampões e bichos-de-pé
Castigos não chorados
Por onde andas menina?
Estarás a suspirar amores proibidos?
A caminhar por entre lírios?
Ou se entregas-te à corrente do ceticismo
que hoje me acompanha?
Querida menina,
Deixe-me vê-la sorrir
e gargalhar
Esta sincera risada
que já fora uma bálsamo ao meu recanto