SAUDADES!
Saudades!
Outrora,
todos os domingos,
já ao romper da aurora,
eu ia te visitar.
Trocar tuas fraldas,
curar tuas escaras,
a carne
corroída,
dar em tua boca a comida,
ouvir sons desconexos,
sentir o teu afeto,
o teu cheiro de amor...
Hoje, faço o caminho inverso
em meus versos,
a dor...
Saio logo cedinho,
vou ao cemitério,
rezo Ave-Maria,
Pai Nosso!
Salve-Rainha...
Falo contigo em pensamento,
sem resposta,
sem alento...
Vou para tua velha casa...
lá encontro a mãe,
sempre a chorar de saudades...
O quarto vazio,.
teu travesseiro frio,
teu violão pendurado,
cordas enferrujadas,
Mudo.
Não há mais gemidos
Não há mais teu calor
Apenas o grito da alma!
Benvinda Palma