SAUDADES!

Saudades!

Outrora,

todos os domingos,

já ao romper da aurora,

eu ia te visitar.

Trocar tuas fraldas,

curar tuas escaras,

a carne

corroída,

dar em tua boca a comida,

ouvir sons desconexos,

sentir o teu afeto,

o teu cheiro de amor...

Hoje, faço o caminho inverso

em meus versos,

a dor...

Saio logo cedinho,

vou ao cemitério,

rezo Ave-Maria,

Pai Nosso!

Salve-Rainha...

Falo contigo em pensamento,

sem resposta,

sem alento...

Vou para tua velha casa...

lá encontro a mãe,

sempre a chorar de saudades...

O quarto vazio,.

teu travesseiro frio,

teu violão pendurado,

cordas enferrujadas,

Mudo.

Não há mais gemidos

Não há mais teu calor

Apenas o grito da alma!

Benvinda Palma

Bemtevi
Enviado por Bemtevi em 04/01/2009
Código do texto: T1366663
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