Florada de amor
FLORADA DE AMOR
Um pessegueiro em sua florada
Faz um tapete alcochoado e convidativo
Servindo de berço ao corpo exausto
Que recebe no regaço outras flores
Que se aninham brejeiras
Desanuviando o caos da mente
É um lugar cálido, mágico
Onde as flores contam histórias
Rememorando fatos de outrora
Ou sonhos de agora, perecidos
Seja do amor do tempo presente
Ou daquele que ficou no passado...
Tão diferentes em sua essência
Mistura o lúdico com a realidade
Onde o pensamento vaga solitário
Buscando o teor de um conto inacabado
Envolvido pela brisa amiga que agita
Os desejos que se foram e não voltaram...
Distorcendo os perigos que me rodeiam
O pessegueiro toma a forma misteriosa
De minha outra metade que vibra e chora
Num afã de sufocar minhas angústias
Forma translúcido véu embriagado de amor
Onde meu “eu” está impregnado de você.
NORMA BÁRBARA