Poema
POEMA
Uma canoa gingando ao léu
Uma margem deserta, adormecida...
Um fantasma lúdico de esperança
A nudez de uma folha perecida
Formam o passaporte do destino
Rumo às lágrimas silenciosas
Ao som do pranto entrecortado.
As palavras sucumbem na garganta
Exibindo na face sorriso culposo
Naufragando num mar de solidão.
Destoando do olhar de desafio
A sede de amar exposta
Reaparece como magia grosseira
Numa vertente de um viver mal resolvido
Na tela da memória um filme
Filme da perda que virou poeira
Da espera que virou saudade
Da paixão que virou lembrança
Da paz que virou dilema
Da alegria que virou lamento
Do amor que era tesouro
E que hoje virou poema.
Norma Bárbara