Sonhos, apenas sonhos
SONHOS, APENAS SONHOS
Como uma flor solitária a beira do caminho
Como o beijo que não foi dado
Por isso jamais esquecido...
Como a palavra que ficou presa na garganta
E que luta por um dia se soltar
Ou a lágrima invisível
Que retalha a alma...
Como a dona das palavras que viram versos
Como o sentimento contagiante em ebulição
Ou o romance que não vingou...
Como
o olhar inquieto
Que se perdeu na busca
Ou o sorriso que feneceu
E não mais desabrochou...
Como o paraíso sonhado
Cujas portas se cerraram
Como a procura que não se encontra
O desejo que não se realiza
Ou a entrega que não aconteceu...
Como o sangue que nas veias pulsa
Clamando por um gesto seu
Como o coração ardente e apaixonado
Que nas batidas soletra seu nome
Como o amor que quer ser ouvido
Na esperança de ser amado
Sigo pela estrada como alma peregrina,
Braços abertos, sonhos, apenas sonhos,
Embalando meu viver
Distante da realidade
Na espera da paixão acontecer
Onde no instante supremo
Seremos um só, eu e você.
Norma Bárbara (Flor de Liz)