Apenas uma Canção
Apenas uma canção
Uma canção
Tecida de idéias rústicas
Hoje, faz-me rir...
Rio-me entre lágrimas
Extravasando aquele algo inquietante
Algo que entre nós, em ti foi irrelevante
Mas... Para meus dias, foi divinal música...
Uma canção
Forjada no berço em chama da paixão
Hoje, faz-me rir...
Rio-me com tristeza do canto exótico
Pois foram meras cascatas ondulantes de mentiras
Pequenos flocos de orvalho num pouso erótico
Acariciando o caos do insensato coração...
Uma canção
Bastarda, que nasceu pronta, sem idioma
Hoje, faz-me rir...
Rio-me num lamento insano
A química que julgava existir entre nós
Era a guardiã da memória soberba e profana
Inspirada em versos dispersos num axioma...
Uma canção
Abortada do dilúvio de utópico romance
Hoje, faz-me rir...
Rio-me, em lágrimas, dos sonhos pueris
Suaves como o brilho do alvorecer
Com o frescor d’águas de chafariz
Em nuances do viver, amar e morrer...
Norma Bárbara