Amiúde

Amiúde

Amiúde...

Vejo-te sorrateira, aprisionando corações

Profanando sentimentos, pecaminosa e afoita

Emoldurando faces no espelho distorcidas

Mas...

Faz sentir-te açambarcar

Num enigmático embalo de emoções...

Amiúde...

Faz-te arremedo louco d’almas sofridas

Galopando fogosa e altiva em desenganos

Evocando lembranças no tempo perdidas

Mas...

Perde-te em gargalhadas

Sem mensurar o açoite cruel dos danos...

Amiúde...

Fadigas os corpos, incólume à desventura

Clonando o histórico do passado tortuoso

Somando às paixões, taças de amargura

Mas...

És triste e hirta charada

Numa frenética farsa de ilustração tosca...

Amiúde...

Vens sem alarde, esperando encontrar guarida

Enfatizando com alegorias, as raízes de outrora

Tentando, astuta, implantar-te em minha vida

Mas...

Dispenso-te pressurosa

És saudade... Traiçoeira estrela que chora.

Norma Bárbara

Norma Bárbara
Enviado por Norma Bárbara em 29/12/2008
Código do texto: T1358496
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