Amiúde
Amiúde
Amiúde...
Vejo-te sorrateira, aprisionando corações
Profanando sentimentos, pecaminosa e afoita
Emoldurando faces no espelho distorcidas
Mas...
Faz sentir-te açambarcar
Num enigmático embalo de emoções...
Amiúde...
Faz-te arremedo louco d’almas sofridas
Galopando fogosa e altiva em desenganos
Evocando lembranças no tempo perdidas
Mas...
Perde-te em gargalhadas
Sem mensurar o açoite cruel dos danos...
Amiúde...
Fadigas os corpos, incólume à desventura
Clonando o histórico do passado tortuoso
Somando às paixões, taças de amargura
Mas...
És triste e hirta charada
Numa frenética farsa de ilustração tosca...
Amiúde...
Vens sem alarde, esperando encontrar guarida
Enfatizando com alegorias, as raízes de outrora
Tentando, astuta, implantar-te em minha vida
Mas...
Dispenso-te pressurosa
És saudade... Traiçoeira estrela que chora.
Norma Bárbara