BALADA DE UM SONHADOR

(Sócrates Di LIma)

Quando um dia no principiar de uma manhã,

O sol nasceu ardente, como sal picante.,

Minha mãe olhou para o céu a disse:

- Meu filho, um dia tu há de voltar.

Desci a ladeira abaixo.,

Olhei para o céu azulado.,

E no fim da linha do horizonte.,

O sol me dizia:

- Eu te protegerei enquanto estiveres por lá.

Olhei ao longe para minha mãe.,

E senti que lágrima dos seus olhos

Rolaram.

Vi no seu sorriso meio triste

Meio conformado.,

Um breve adeus a me desejar.

Agarrei-me aos cabelos

Da brisa que passava,

Às costas a minha velha viola.,

E desci ás águas do mar.

Eu vim lá da Bahia.,

E não sei quando voltar.

Senhor do céu me proteja.,

No meu caminho a seguir.,

Será uma dura peleja,

Mas, meu Deus, devia vir.

Mãezinha lá atrás ficou.,

E meu caminho segui.

Nas asas do vento alado.,

Me perdoa mãezinha,

Tive que vir.

Na bagagem farta ilusão,

Na cabeça minha nova canção.,

Vim mostrar aqui,

Para quem quiser ouvir.,

O que eu tenho para contar e cantar.

Deus, quando deixei o norte.,

Pude sentir minha sorte,

Na palma da minha mão.

E quem sabe um dia a morte.,

Me fará voltar para o norte,

E no colo de minha mãezinha.,

Faze-la ouvir canção que aqui ninguém quis ouvir.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 24/12/2008
Reeditado em 14/09/2010
Código do texto: T1351391
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