EU, CAÇADOR DE MIM

(Sócrates Di Lima)

Saio nas minhas noites vazias,

Armo-me das minhas vontades.,

Carrego de munições minhas fantasias,

No peito projeteis de saudades.

Minhas noites vazias ainda são frias,

Minha alma solitária me faz companhia.,

Embrenhamos no mar noturno ao final dos dias,

Minha alma e Eu, caçadores de maresia.

E eu sinto a brisa roçar minha tez,

Trazendo o perfume daquela estação.,

Que me perfumou a face mais de uma vez,

Ao som plangente de uma alegre canção.

Sinto as caricias tocarem o meu coração,

Fazendo-me procurar minhas emoções,

Perdidas no vácuo das minhas indagações,

Distante, sem poder alcançar aquela mão.

Tomo o meu barco e solto suas velas,

Deixo as ondas ao voltar ao mar, me levar.,

Sem destino, na busca de um porto de cavavelas,

Para aportar e para trás minha solidão deixar.

Procuro-me nas noites sem sono e divagando,

Na esperança de encontrar-me sem medo.,

Trazendo minha alma de volta e cantarolando,

Sonhos de naus perdidas e os teus segredos.

Eu me caço e me acho nos porões da saudade,

Desfaço-me das tristezas e reencontro da despedida.,

Refaço-me, das cinzas eu renasço para a eternidade,

Por que sei que quando me caço me acho na tua vida.

E é na tua vida que eu me reencontro,

Abro-me por inteiro ao prazer de viver assim.,

Por ter a forte certeza de estar sempre pronto,

Um poema apenas

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 21/12/2008
Reeditado em 14/11/2010
Código do texto: T1347184
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