CACTO
Velho amigo como estátua, postado
na beira do caminho, comigo falava
seu galho balançando com o vento
Acena “um não” às travessuras do menino
protege o ninho como a um filho amado
O velho mandacaru feito espantalho
de braços abertos vigiando milho.
No alto do tronco esgalhado,
anu depositara entre os espinhos
ovos branco-esverdeado, no ninho.
Dali, filhote nenhum eclodia
Numa luta vã de pássaro contra visgo
o menino vencia cada espinho
e vitorioso levava os ovos consigo.