Antigo

Relembro o velho realejo

que tocava ligeiro

uma valsa marcada.

Era um brilho de festa

e eu espiava na fresta

a alegre valsa tocada.

Havia luz no meu dia

era antigo, mas eu dizia:

- Não há mundo feio!

A vida se fazia colorida,

era um canteiro que floria

e a saudade me veio.

O tempo hoje não passa,

não faço nada com graça

e as lembranças ficaram.

A moça vaidosa

na praça cheirosa,

eles jamais esqueceram.

Era vida nascida

no tempo, agora, esquecida:

do realejo, da polca e da festa

e eu continuo espiando na fresta

os velhos-moços que alegravam jardins.

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Nica Barros
Enviado por Nica Barros em 01/04/2006
Código do texto: T132290