Antigo
Relembro o velho realejo
que tocava ligeiro
uma valsa marcada.
Era um brilho de festa
e eu espiava na fresta
a alegre valsa tocada.
Havia luz no meu dia
era antigo, mas eu dizia:
- Não há mundo feio!
A vida se fazia colorida,
era um canteiro que floria
e a saudade me veio.
O tempo hoje não passa,
não faço nada com graça
e as lembranças ficaram.
A moça vaidosa
na praça cheirosa,
eles jamais esqueceram.
Era vida nascida
no tempo, agora, esquecida:
do realejo, da polca e da festa
e eu continuo espiando na fresta
os velhos-moços que alegravam jardins.
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