Tão distante
E tão próxima
Não se importa com modismos
Nem é apologista do saudosismo
É única. Conhecedora de segredos...
Colocou como ninguém
Todas as minhas tristezas
Todas as minhas alegrias
Numa simples folha de papel
Fortalecia-se quando minha mão escrevia
Tudo que me nascia na alma
Enferrujada, gasta pelo tempo
Não me decepcionou
Foi cúmplice e confidente
Em seu teclado
Sobressai-se cor negra
Encardida pelo uso
Igual a mão dos meninos
Que limpam carros na rua
Para ganhar o pão-de-cada-dia
Não penso em jogá-la fora
Você foi a minha mais doce companheira
E hoje faz parte da minha saudade