Apitos e Fumaças

Aonde será que vai
Com tanta pressa e fumaça,
A locomotiva que passa?

Os cães se põem a ladrar,
Desejando-a intimidar,
Porém, subestimando os perigos,
Ela só quer ao destino chegar.

Ainda pequenino ficava admirado,
Imaginando curioso e confuso,
Como é que aquela máquina comprida,
Fabricada com ferro tão pesado,
Equilibrava-se sobre os trilhos,
Sem cair para os lados.

Gritando ela seguia correndo
Com o seus apitos encantados,
Que ainda hoje mantenho
Em meus ouvidos guardados.

Às vezes aos galopes e descalço,
Fazia um esforço inimaginado,
Tentando seguir-lhe ao encalço,
Mas logo à frente, desanimado,
Desistia resfolegante e frustrado.

Caminhos a percorrer,
Cargas a transportar,
Pessoas levando consigo,
Todos querendo chegar!

Lembranças de tempos idos,
Presentes em minha mente,
Que fazem-me sentir saudades,
Daquele menino inocente,
Tornado hoje adulto,
Depois de muito viajar
Na locomotiva do tempo...


Foto: Google imagens

Jaime Rezende Mariquito
Enviado por Jaime Rezende Mariquito em 19/11/2008
Reeditado em 30/01/2011
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