A PROCURA
Onde coloquei, o que perdi, ali atrás, no passado
Fugiu de mim, como um cão sarnento, amedrontado
Rugi feito um leão ferido, raivoso e angustiado
Corri, bradei, implorei, supliquei azafamado
onde está meu tesouro amado?
Onde foi que deixei meu fruto cromado?
Em qual mina escondi, meu dobrão dourado
Voltei por onde andei, procurei desolado
Pois não achava um fio de meu velocino encantado
Ah! Frio do tempo, deixou-me cego, surdo, insensato
Pois o infante que procuro, sôfrego e apavorado
Estava ali, num canto do peito, só e agachado.
Acabrunhado.