A PROCURA

Onde coloquei, o que perdi, ali atrás, no passado

Fugiu de mim, como um cão sarnento, amedrontado

Rugi feito um leão ferido, raivoso e angustiado

Corri, bradei, implorei, supliquei azafamado

onde está meu tesouro amado?

Onde foi que deixei meu fruto cromado?

Em qual mina escondi, meu dobrão dourado

Voltei por onde andei, procurei desolado

Pois não achava um fio de meu velocino encantado

Ah! Frio do tempo, deixou-me cego, surdo, insensato

Pois o infante que procuro, sôfrego e apavorado

Estava ali, num canto do peito, só e agachado.

Acabrunhado.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 19/11/2008
Código do texto: T1291351
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