Na minha infância
Tarcísio R. Costa
Ao lembrar da minha infância,
sinto saudades, sei lá, até nostalgia...
Hoje já não tenho aquela alegria,
só me restou a distância.
Ouvia lá no sertão
o aboiar plangente dos vaqueiros,
eles eram espontâneos, verdadeiros,
não sentiam qualquer frustração...
O carro-de-boi, com o seu triste cantar,
conduzia os meus sonhos adolescentes
com as minhas paixões incoerentes...
Tinha um louco desejo de amar.
Minha mãe dava-me o seu carinho,
do meu pai recebia um olhar protetor,
sentia na minha casa o cheiro de amor,
como me faz falta aquele ninho!
Era uma doce realidade,
aquela vida do sertão,
resta, hoje, no meu coração,
apenas a dor da saudade.
Tarcísio R ibeiro. Costa