O inimigo do amor

O amor em nada é razão, antes loucura...pura!

Amor é querer estar junto, sempre!

Continuamente, ininterruptamente.

Não suporta “apartheid”.

Porque sua espécie é feita de sentimento

De anseio, de paixão.

Não suporta distância.

Necessita o alcance dos olhos, nunca ausência.

Quanto se descobre o amor... nada os faz independente

Quer-se estar acoplado, todo o tempo, o tempo todo...

Somente ele, o tempo, aliado à distância,

É inimigo do amor...

Sente-se morrer a princípio.

Sente-se as forças se esvaindo.

A coragem partindo.

Quer-se morrer... morrer de saudades.

De pesar, de lembranças.

Quer-se morrer de dor...

pois, no coração não há cor.

Morrer de angústia interminável, infinita.

Desfalecidas forças.

Oh! miserável ser vivente.

Que indubitavelmente, quer entrega-se á tristeza

À melancolia e nostalgicamente à agonia

De viver com tanto pesar... definha-se ao pensar.

Alucinantemente louco... aos poucos...

Mira longinquamente a ausência.

Para completar sua lacuna, sua carência,

Quer-se morrer... Morrer de amor.

Amor, essa maneira insana de ser e de viver.