QUANDO MANO DINHO PARTIU
Era outubro, 22,
luminoso fim de tarde
quando o mano Dinho partiu.
Ali próximo o mar batia
nas pedras do Porto da Barra
espraiando brumas de saudade...
Um crepúsculo de luzes
em giros de calidoscópio
mostrava-lhe a entrada do túnel.
Do outro lado, Armé e Dite
aguardavam-no sorridentes
estendendo-lhe as mãos.
Aqui um poeta triste
fitando o boné tricolor
pergunta a si mesmo:
Qual teria sido o último registro do seu olhar?
O semblante de um ente querido
de olhar compassivo,
em prece comovente?
O azul da Costa do Sauipe
enfeitada de coqueiros,
com a promessa de dias felizes?
O amarelo da camisa preferida
que lhe vestia tão bem
com tênis e calça Jeans?
Ou o verde da pastagem
que cresce viçosa
no inverno chuvoso?
Qual teria sido o último som a vibrar nos seus tímpanos?
O bip bip monótono
de aparelhos monitores
em sua batalha pela vida?
A frenética vibração
do grito de gol recente
da torcida do Vitória contra o Flu?
Os acordes preferidos
da canção do mestre Ataulfo
que fala dos tempos de criança?
Ou o chamado de Vô
da Giovanna, sua netinha,
de olhos azuis como o céu?
Não sei ao certo;
só sei que lutou bravamente
até o momento final.
Como qualquer mortal,
teve virtudes e fraquezas,
e, quiçá, rasgos de herói.
Um coração bondoso
para a família e os amigos
e para o povão, igual.
E como adorava a vida
as festas mais populares -
São João no interior.
Parece até que o brilho
faiscante das espadas
mostrou-lhe o caminho final.
Mas essa partida prematura
não foi morte, não foi nada,
foi um renascer para a vida.
Até breve mano Dinho,
logo nos encontraremos
na dimensão celestial.
Ou, quem sabe, aqui mesmo,
quando, espírito em evolução,
outra matéria você ocupar.
Era outubro, 22,
luminoso fim de tarde
quando o mano Dinho partiu.
Ali próximo o mar batia
nas pedras do Porto da Barra
espraiando brumas de saudade...
Um crepúsculo de luzes
em giros de calidoscópio
mostrava-lhe a entrada do túnel.
Do outro lado, Armé e Dite
aguardavam-no sorridentes
estendendo-lhe as mãos.
Aqui um poeta triste
fitando o boné tricolor
pergunta a si mesmo:
Qual teria sido o último registro do seu olhar?
O semblante de um ente querido
de olhar compassivo,
em prece comovente?
O azul da Costa do Sauipe
enfeitada de coqueiros,
com a promessa de dias felizes?
O amarelo da camisa preferida
que lhe vestia tão bem
com tênis e calça Jeans?
Ou o verde da pastagem
que cresce viçosa
no inverno chuvoso?
Qual teria sido o último som a vibrar nos seus tímpanos?
O bip bip monótono
de aparelhos monitores
em sua batalha pela vida?
A frenética vibração
do grito de gol recente
da torcida do Vitória contra o Flu?
Os acordes preferidos
da canção do mestre Ataulfo
que fala dos tempos de criança?
Ou o chamado de Vô
da Giovanna, sua netinha,
de olhos azuis como o céu?
Não sei ao certo;
só sei que lutou bravamente
até o momento final.
Como qualquer mortal,
teve virtudes e fraquezas,
e, quiçá, rasgos de herói.
Um coração bondoso
para a família e os amigos
e para o povão, igual.
E como adorava a vida
as festas mais populares -
São João no interior.
Parece até que o brilho
faiscante das espadas
mostrou-lhe o caminho final.
Mas essa partida prematura
não foi morte, não foi nada,
foi um renascer para a vida.
Até breve mano Dinho,
logo nos encontraremos
na dimensão celestial.
Ou, quem sabe, aqui mesmo,
quando, espírito em evolução,
outra matéria você ocupar.