Lembranças

Não sei se você se lembra?

Se o seu passado, é o meu!

Naquelas “noites de festas”

Assim o povo entendeu,

Pra nominar o Natal

Esse nome se escolheu.

A concentração maior

Lá! na Praça Marechal.

Pois, bem! Em Jucurutú!

Num tempo fenomenal,

Começou meus sentimentos,

O Amor! Paixão! Coisa e tal.

Vivendo aquela alegria

Numa noite de Natal.

Lá se vendia de tudo:

Rolete de cana, algodão doce,

Cachorro quente, cocada, chicletes, etc..

Picolé de Caicó.

Sempre eu ficava hospedado

Na casa de minha avó,

Quantas meninas bonitas,

Giravam de braços dados,

Era uma alegria só.

Lá no passeio da praça

Era tudo organizado!

Quando agente se encontrava

Girando do outro lado,

Sorriso e piscar de olhos

Deixava-nos ruborizado.

E o coração juvenil

Batia descompassado.

Tinha o bar do João Felinto,

Também tinha o de Abdias,

Para refeições completas

O Eduardo servia,

Porém, a grande atração,

Que a todos divertia!

Era o bar das “três coroas”

Lá as coisas aconteciam.

A Toinha, a Lucimar,

Atendiam no balcão!

A Belela sempre ativa

Na administração.

O que vinha da cozinha,

Ou a carne ou a galinha

Acompanha a cervejinha,

Dava-nos satisfação.

As coroas cuidadosas!

Sempre enfeitavam o lugar.

Muitas fotos dos artistas

Nas paredes pra se olhar,

Com Rum Montilla brindava

As amizades brotavam

Naquele alegre lugar.

Depois da missa acabada,

E o santo recolhido!

Partia-se para o profano

Lá no alto e escondido,

No ACEJ esporte clube

O baile com “impacto cinco”,

Muito alegre e divertido.

Que beleza de lugar!

Tudo começava ali,

Aqueles flertes da praça

Começava a progredir.

Aprendíamos a dançar,

Começava se esfregar,

E o Amor a surgir.

Depois da festa acabada

Muita coisa acontecia.

Tem os que vão descansar

Pois o dia amanhecia.

Mas tinha o banho no rio

Que para alguns era orgia.

Continuavam bebendo!

Credo em cruz! Vige Maria.

Era só felicidade

Movida por emoção.

A juventude pulsava,

O amor nos embalava,

E a vida despontava

Agitando a alma, e o coração.

Amizades perduraram,

Outras o vento levou.

Amores que terminaram,

Porém! Nunca se apagou.

E o que ficou na memória,

Foi uma linda estória,

De uma época de esplendor.

(Francisco Brito)

Francisco Brito
Enviado por Francisco Brito em 18/10/2008
Reeditado em 08/12/2008
Código do texto: T1235922