VIM-TE VER

VIM-TE VER

Vim-te ver. Agora estou aqui.

Teu primeiro beijo, mãe, fez eco,

Depois que das tuas entranhas saí,

Feito eu, descendente australopiteco.

Nem querias acreditar no que vias…

Eu, que por ti havia sido pensado,

Para te fazer feliz e dar alegrias,

Estava agora juntinho a ti, ao teu lado.

Tão pequenino e frágil que eu era

Mereci de ti bom acompanhamento,

Depois de nove meses de espera

Recebi de ti, o leite do meu sustento.

Não me lembro do teu colo e miminho,

Não me lembro… Ah, como seria bom!

Só posso imaginar os beijos de carinho

Que nasciam do amor saído do coração.

Dá saudade e vontade de voltar a nascer

E ver-te jovem mãe, e eu tão pequenino.

Não é possível, e como recordar é viver,

Recorro às fotos e à memória de menino.