ENIGMÁTICA

À noite, 
na natureza adormecida,
despercebido
entre luares, estrelas e pensares,
parece se estar mais só.

Os sentidos ficam mais aguçados.

Lá fora,
a brisa salga o ar noturno.
Os aromas se intensificam,
a vida parece estar
num ritmo mais lento...

Talvez,
para permitir sonhar acordado,
enigmática, ela vem falar.

Conta segredos de amores
que sobreviveram à ação do tempo;
da corrosão de absurdas indiferenças;
das ânsias de eternidades
em fugidios momentos...

E o olhar?
Se perde na distância
infinita do abstrato,
buscando formas imprecisas,
nas linhas de horizontes imaginários.
Tecelão de Fantasias
Enviado por Tecelão de Fantasias em 10/10/2008
Reeditado em 05/08/2009
Código do texto: T1221020
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