Anelo...
Anelo...
Delasnieve Daspet
Sou uma ilha de lembranças,
Acaba-me a saudade...
Lembro o olhar que acariciava as flores
Lembro o sorriso ao observar as borboletas que
Dardejavam no entardecer...
Lembro a suavidade do querer.
Lembro a criança indefesa e inocente
Um verso em branco, sem rima, sem medida,
Ainda a ser escrito...
Lembro, e nas lembranças a dor de saber
Que a janela continuou fechada,
E que o sol que nascer na colina,
Não iluminará o chão batido
Do verso que me escapa...
Lembro...
Minhas lembranças se outornaram,
Qual folhas, amarelas e secas,
O chão de minhas saudades cobriram...
Lembro e sinto no suave cantar da tarde,
O aroma do perfume que invade
O madeiro que no fogo arde...
Deixou cinzas que tudo cobre.
Lembro...
O verde perfume da mata,
Abelha, doce mel da vida,
O azul do rio em cascatas,
Esperança em cada alvorecer...
Paz - tão necessária à vida,
Que, tão intensamente, anelo!
*
DD_Campo Grande-MS, 05 de maio de 2006.
21,00 hs.