A vizinha saradinha/safadinha Saudalina/Saudalita/Saudalinha
A vizinha saradinha/safadinha Saudalina/Saudalita/Saudalinha
Há tempos tive uma vizinha
Tão linda, a safadinha
Queria nunca sair da linha
Mas acabou tão esticadinha
Que mas parecia uma pescadinha
E da vida levou uma pegadinha.
Ela queria ficar tão saradinha
E tomava um estranho coquetel
Com gosto amargo de fel
E dizia numa risadinha
Estas ainda me levam para o Céu
Hoje tenho outra vizinha
E quando bate a saudade
Me lembro da safadinha
Com sua risadinha
Esta outra também toma
Um misterioso coquetel
Com gosto amargo de fel
Mas para ela é como gostoso mel
A Saudalina, Saudalita
É atleta da melhor idade
Ganha de todos na velocidade
Até da velocidade fatal
Que carregou a da risadinha
Para seu fim mortal,
Sem mesmo chegar a passar mal
duas semanas antes do Natal.
A consciência adquirida na liberdade
De vivenciar hoje a terceira idade
Fez a saudade me entregar como
Resgate da lembrança da saradinha
Esta senhora muito simpática
Que luta contra sua vontade
Para ter expressão menos sorumbática
E ser exemplo para esta mocidade
Saudalina, Saudalita,
Parece saudade de Natal com Naftalina
Mas é mesmo Saudalina
Me inspiro na imagem distante
Da Iara bonita, morena e gigante
Que abocanhou em seus dias o melhor
De sua mocidade, de sua juventude
Mas a terrível vaidade
Não a deixou conhecer a decrepitude
Tudo não passou de uma atitude
Resultado de sua inquietude
Vejo no presente Saudalina
Com suas rugas, sua maioridade
Sua suntuosidade, majestosa
Há muito deixou de ser ansiosa
Tive uma vizinha que me
Deixava, curiosa, às vezes furiosa
E hoje Saudosa,
Abraço a velha SAUDA, SAUDALITA.
Saudades de Naftalina