EIS A SAUDADE...
Eis a saudade tirana batendo
Na minha porta o dia inteiro
E de ilusões vou morrendo,
Nas penas do meu tinteiro !
Quisera afogar minhas mágoas
No rio doce deste canoeiro...
Sem mancha de tinta nas águas
Choradas no meu travesseiro !
Se amor de poeta é loucura...
Que eu seja trancada em hospício,
Pois que este mal não tem cura
E me rendo ao sacrifício
E este teclado é que atura
As batidas de amor neste ofício !
Num grito intenso em altura,
Dou brados no meu comício !
SIRLEY VIEIRA ALVES