LUZ DIVINA
Quando eu me olhar no espelho e,
Não reconhecer-me mais,
Lembrarei dos velhinhos quase imóveis,
Que na praça, insistiam em ler jornais.
Com este olhar distante
Que no tempo se desfaz,
Verei um manto de saudade
A cobrir-me de paz...
Destas vestes que hoje me envaidece,
Tão pouco lembrarei mais...
E, a chama dessa vida,
que há de passar,
Reacendê-la-ei no clarão
Da luz divina, que ei de alcançar.
(Áurea Nunes)