Seduzida por um olhar!

Teu olhar transbordava sedução

Fugaz, intenso, cheio de paixão.

Não percebeu o perigo o meu solitário coração

Desprevenido, prisioneiro da realidade

Por isso mesmo, propenso ao sonho na verdade.

Teu olhar chegou e se apossou do meu

Acompanhado de um sorriso lindo

Sutil, viril, falando de emoção

Avassalador e febril... E ao mesmo tempo tão gentil!

Flecho-me o peito, beijou-me a face e fugiu...

Escondeu-se num sonho

E estagnada, inerte, encantada

Fiquei observando teu mundo colidir com o meu

E envolvida estou, numa explosão de mil galáxias.

Solta num universo de pensamentos desconexos

Que voam sem direção, sem rota...

A deriva desse desejo que lateja em meu corpo.

Você chegou, suave no sussurrar melódicas palavras

Que ecoaram em meus ouvidos atentos

Fiz de minha carência um porto seguro

E se foi, volátil como o vento

Faceiro, sereno, sem presa... Feiticeiro!

Teu olhar veio com um que de alegria e mistério

Pedra filosofal, alquimia... Magia!

Como uma tempestade, trouxe devastação,

Arrancado minhas raízes do chão

Derrubou os alicerces da razão...

Deixando no meu corpo a sensação

Da carícia de uma brisa suave...

A tocar-me a todo o momento...

Mas como tal, partiu na velocidade de um pensamento

Etéreo nosso encontro, irreal e sensual...

Singular, plural... Casual?

“Existem mais mistérios entre o céu e a terra...”

Veio como início de estação,

Que a sensação no banco de espera

E o coração aberto... Seu nome?Primavera!

E eu, assim, perdida com o olhar no mar

Sentindo saudade, de algo que não sei explica...

Ilusão de um coração, sei lá, intuição,

Inexplicável...

Mas tão palpável como a terra

Natural como o descer da semente a escuridão

Que morre para dar vazão à explosão da vida

Invisível, mas plena no irromper da madre do chão

Espetacular ao lançar tenro o talo verde

Num abraço em direção ao sol

Sucumbindo a delicia de seu calor

Entrega-se sem pudor

E desse ato de amor

Surge forte à relva, a árvore... O verde da paisagem

Assim meu mundo viu a tua aparição... Miragem?

Pode ser. Mas o belo se torna palpável

Quando a esperança chega e faz do peito habitat

Não importa se inicio, ou fim de tarde

Os olhos podem deleitar-se com a aquarela

Livre das sombras, as cores ficam mais belas...

Assim com a sutileza de um gesto teu,

Fez o destino criar uma transversal no meu caminho

Desviando minha rota, me fazendo cruzar com teu carinho...

As linhas traçadas são invisíveis ao olho nu

E as estradas atrás da retina

Levam a oásis desconhecidos e selvagens

Onde a razão não impera

E a paixão é louca e severa no existir

Sucumbindo me deixo guiar por teus desejos

E hoje, morro de saudades de teus beijos.

Observadora
Enviado por Observadora em 19/09/2008
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