Meu rosto frio,
Crestado
Pelas fibras do tempo
Guarda o silêncio
E as memórias do sol 

Embebido de saudades
tem marcas indeléveis
Em mistérios fora deste plano

Pois meu rosto é o rosto do tempo   
E como tal transfigura-se
Pois é pedra, é esfinge
Onde se escondem dor e os desenganos
Onde a vida só plantou incertezas
Quem poderia  agora decifrá-lo?
Nele foi incrustado
A desgovernança dos sonhos
A mácula dos amores perdidos
As rugas acintosas
A falta das caricias de amor
Enfim, uma superfície de solidão
 Onde seu retrato crú ,  se reflete 
Como um espelho do passado
Contudo, creio que
Meu rosto será como um mar
Serenado
Depois que a tempestade fugir
E se aninhar nos confins do céu.
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 10/09/2008
Reeditado em 14/02/2015
Código do texto: T1171651
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.