Para quando houver um olhar

Quando chegar a sua vez de meus olhos mirar

Saiba que em pé eu estarei

Sim, mesmo tremulando eu estarei

A tremular...

Ante a bandeira do esquecimento.

Quando assim tentar te enganar

Não me mostre no espelho a tremer

Eu não vou desviar o olhar, então

Não me exponha a jurar...

À bandeira da esperança.

Quando naquele recinto você adentrar

Aceite meu copo, tome meu vinho

Em pé eu estarei de costas para o balcão

E mesmo a tremular...

Nenhuma gota derramarei.

Quando assim tentar a tudo retratar

Ouça a música, dance meu tango

Aceite minha plangente elegância e

Não tente consertar...

O modo como dou meus trêmulos passos.

Quando a você eu assim me apresentar

Bêbado, zonzo, cambaleante... Não!

Firme, direto e resoluto!

Aceite meu copo, beba do meu vinho de novo, e

Venha nossa música escutar...

Enquanto ainda dançarem colados o tímpano e o som.